domingo, 17 de novembro de 2013

Bosque dos Palmitos, na TUrMA

Me preparava para laborar na TUrMA. Quatro pica-paus de cabeça vermelha ( Campephilus melanoleucos) estavam me esperando.

Pica-paus vivem aos bandos na TUrMA. O da direita voou sobre minha cabeça esvoaçando meus cabelos. Ele, décimos de segundos antes, em pleno voo ao meu encontro

Quando começo a apontar o equipamento para fotografá-los, dois dos 4 pica-paus foram embora. Um ficou imóvel na árvore e outro voou em minha direção passando tão perto da minha cabeça que senti o vento das asas nos meus cabelos.
São muito mansas essas aves e não há como deixar de lembrar do desenho ao ouvir seus cantos!
Volto ao Tucum (Bactris setosa) que por alguns dias seus espinhos fizeram parte do meu corpo.
 Pé adulto de Tucum (6 m de altura) com cacho ainda verde fotografado em novembro de 2013. Quando maduro a cor é roxa

Este pé de Tucum está no "Bosque das Raízes", o primeiro da TUrMA. Tal qual ao Palmito Juçara, o Tucum é uma palmeira. Cresce formando touceiras densas e pode atingir até 12 metros de altura. Quando verdes, os frutos contêm pequena polpa e água no interior. Maduros, a casca é fina e a castanha uma dura polpa branca. Os frutos são comestíveis e saborosos. Aqui na TUrMA, são raros quase extintos. O desafio é controlar os invasores humanos que cortam a árvore para colher o cacho, matando-a.
Das folhas do tucunzeiro, faz-se uma fibra muito forte. As sementes também fornecem óleo alimentício. Quando maduros, colocados em infusão na cachaça produzem um saboroso aperitivo. Nas bacias pantaneiras o fruto é isca para a pesca do Pacu.
Agora o nosso palmito nativo da Mata Atlântica, no "Bosque dos Palmitos".
 Esta é a semente, arrepiada, pronta para eclodir ao entrar em contato com ambiente favorável. Aqui ela está em cima de uma pedra, na entrada do "Bosque dos Palmitos" ao lado de duas belas e frondosas árvores. Os jacus as comem muito quando maduras e ainda no cacho. Agora é a época da floração. Tucanos também são assíduos frequentadores deste banquete.
A semente, também colhida em novembro de 2013 pode ser desta árvore adulta, pois estava entre suas raízes. Lá em cima, o cacho florescendo (amarelo). Abaixo dele, folhagens parasitas encapam o tronco a partir dos 4 metros de altura. Milhares de árvores iguais povoam a TUrMA.
Em 1994 fui um dos criadores da Fundação SOS Euterpe Edulis com o objetivo de promover a proteção da espécie, pesquisa e educação ambiental, em Guaramirim, SC. A iniciativa cumpriu seu papel. Cortar pé de palmito nativo é crime ambiental, mesmo que você o tenha plantado.
No "Bosque dos Palmitos" estou arranjando o espaço para observação com pouca interação, pois o sistema é frágil e há centenas de mudas brotando pelo chão.
Às vezes sementes eclodem em locais que dificilmente produzirão árvores adultas. Como estes dois pés no meio de um tronco. Com a morte da árvore os palmiteiros terão poucas chances de desenvolvimento. E esta árvore tem vida curta.
Outro nasceu em cima de uma pedra, ao lado de um belo Guapuruvu. Dificilmente se tornará adulto.
Palmito jovem nasceu em cima de uma pedra, tal qual o guapuruvu que sobrevive há anos, mas o Juçara tem vida curta, como já se pode ver nas folhas e caule com muitas folhas secas. Embaixo dele, na base da pedra, outras plantinhas jovens já ocupam espaço mais propício ao desenvolvimento

Outras fotos panorâmicas e também detalhistas do "Bosque dos Palmitos": 





Estas são as duas árvores "guardiãs", na entrada do "Bosque dos Palmitos". Entre elas uma pedra

O palmito nativo é, sem dúvida, o mais saboroso dos industrializados, em conserva. Já existem plantações para tal fim. Mas, infelizmente, o crime de furto em áreas de preservação ou particulares alimenta parte da indústria legalizada e principalmente a ilegal, com enormes riscos à saúde humana.
Na área onde está a TUrMA há anos não há registro de corte ou furto de palmitos.
Outra bela ave (Tucano) banqueteando-se nos cachos de palmito da TUrMA

Postagens anteriores:
TUrMA sendo aberta e os primeiros acidentes
Vem pra TUrMA

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